Dia do Pescador

A Mútua dos Pescadores envia o seu abraço solidário a todos os pescadores e suas comunidades, na expetativa de poder contribuir também com a sua ação para a melhoria continua das suas condições de segurança e de trabalho, e para a dignificação da profissão.

Celebrado em diversas localidades costeiras, é nalguns casos encarado como um momento catalisador importante, colocando a cultura piscatória das comunidades, a sua história e memória, no centro das vivências coletivas.

A Mútua assinala este dia colocando o foco na Segurança Marítima mas também se associa a outras manifestações nas comunidades, de carater mais cultural e social.

Destacamos aqui, pela sua dimensão e impacto, e envolvimento das diversas forças vivas locais ligadas ao setor, mais uma edição da Semana do Pescador, em Vila do Conde, envolvendo as comunidades das Caxinas e Poça da Barca, e Vila Chã. Uma semana evocativa das tradições e culturas piscatórias locais e regionais, do presente e do passado, sob diversas formas: desde as tertúlias e conversas sobre temas do passado e atuais, passando pelo lançamento de livros, exposições de fotografia, leitura de contos e de histórias, gastronomia, e algumas iniciativas de caráter ambiental e ligadas ao património marítimo.

Se em 2023 a Mútua esteve a apresentar o seu “Na língua da Maré”, desta vez envolveu-se mais diretamente nas atividades em Vila Chã, colaborando na recriação da apanha do sargaço usado como fertilizante natural na agricultura, ao mesmo tempo que servia também o objetivo de limpeza do mar e praias. Uma atividade importantíssima para as famílias e comunidades do Norte Litoral, praticada pelas mulheres a pé, enquanto os homens iam para o mar, e que funcionava como complemento de rendimento para as famílias de pescadores.

Uma atividade que tem vindo a ser objeto de um novo olhar pelos cientistas com vista a retomar a apanha pelas potencialidades deste composto que “é uma mistura orgânica muito rica, quer em termos de compostos minerais quer em termos de compostos bioquímicos” (1).

In memoriam
Também em Vila Chã, estivemos no Núcleo Museológico, ao lado do Mestre Benjamim Moreira, o construtor naval que no âmbito do Projeto CCC – Celebração da Cultura Costeira/EEagrants/Mútua, fez o “São Mateus”, réplica de uma embarcação antiga de Vila Chã, construída pelo seu tio avô em meados dos anos 40, com o construtor norueguês Gunnar Eldjarn. E revisitámos uma vez mais a exposição final do Projeto, que reflete o trabalho em cada um dos territórios onde se interveio. E assim homenageamos Maria do Céu Baptista, que nos deixou precocemente no início do ano, e que é a grande responsável por esta memória viva.

Nota: (1)
https://www.uc.pt/fctuc/investigacao-em-destaque/projeto-da-fctuc-aposta-na-valorizacao-do-sargaco/  (de 13/4/2023)
Citação de artigo: “Projeto da FCTUC aposta na valorização do sargaço” sobre o projeto “ValSar: Valorização do Sargaço da Costa Litoral Norte”

Recriação da apanha do sargaço, que contou com a colaboração do Administrador Jerónimo Viana.
Fotografias da equipa da Mútua de Vila do Conde.

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Fotografia de José Colaço, Pescador na Carrasqueira, 2011
Fotografia de José Colaço, Pescador na Carrasqueira, 2011