Ocupação do espaço marítimo no Algarve e os seus impactos na Pesca

Mútua dos Pescadores solidária com o setor

Os representantes do setor contestam a forma insustentável como o espaço marítimo ao longo de toda a costa algarvia tem vindo a ser progressivamente ocupado por atividades emergentes, onde se destacam as explorações aquícolas de grande dimensão, mas não só.

A pedido de várias associações do setor da Pesca da região do Algarve, a Mútua dos Pescadores reuniu com as mesmas no passado dia 3 de janeiro de 2025, na cidade de Olhão, e pode testemunhar a dificuldades dos profissionais, com cada vez “menos Mar” para desenvolverem a sua atividade, devido às “concessões de enormes parcelas de mar para a instalação de projetos de aquacultura”, mas também “aumento substancial de áreas marinhas protegidas, e, agora, também a preocupação crescente com a localização anunciada das descargas de resíduos produzidos pela dessalinizadora numa zona caracterizada como sendo um dos principais pesqueiros, de baixas profundidades, da pequena pesca local, e ainda, nas imediações de uma das praias classificadas como sendo uma praia de excelência a nível mundial – a Praia da Falésia”, tal como se lê no comunicado do Conselho de Administração da Mútua.

Uma vez mais assiste-se à tentativa de “silenciamento” do setor da pesca nestes processos que o impactam diretamente – recorde-se, noutra escala, o que estava prestes a acontecer no Porto de Lisboa, à revelia dos pescadores de Pedrouços.

O setor, lê-se no comunicado, “afirma que sempre defendeu que é possível harmonizar as várias atividades que se desenvolvem no espaço marítimo. No entanto, isso não poderá acontecer à custa do desaparecimento gradual da pesca, dos pescadores, das empresas do setor e das economias regionais em comunidades altamente dependentes do setor”.

Comunicado na íntegra aqui
Está um Abaixo-assinado, promovido pelas Associações do setor, que também disponibilizamos nos nossos balcões, para ser enviado à CCDR Algarve, ao Governo Nacional, às autarquias mais afetadas pelos impactos decorrentes desta situação e às forças políticas representadas na Assembleia da República.