Confecoop alerta para dificuldades nas cooperativas

De entre as várias questões levantadas pela Confederação Cooperativa Portuguesa, na reunião do Conselho Nacional da Economia Social realizada no dia 30 de junho, destacamos a referência à Mútua dos Pescadores,  “única seguradora em Portugal que integra a Economia Social”, e que se depara com o mesmo tratamento das grandes seguradoras, estando em causa o cumprimento do princípio da proporcionalidade e um dos princípios cooperativos.

Alerta a Confecoop que “o princípio da proporcionalidade está colocado em causa e verificamos que o tratamento às grandes seguradoras é igual às pequenas seguradoras”, situação que, segundo a Confecoop, “retira recursos financeiros, humanos e técnicos na ajuda aos segurados e retira a capacidade de proximidade às comunidades colocando em causa um dos princípios cooperativos”.

Ainda no quadro de atuação da Mútua, e na esteira das suas preocupações mais diretas, a Confecoop valorizou o aumento da capacidade de pesca da sardinha, defendendo contudo o aumento de produção de estudos científicos que visem a sustentabilidade dos recursos.

De entre as restantes matérias abordadas a Confecoop valorizou o “princípio da transversalidade e da intercooperação entre as organizações da Economia Social, bem como por outro lado o reforço dos fundamentos da Cooperação entre o Estado e as Organizações do Setor Social e Solidário e o reforço da comparticipação do Compromisso de Cooperação”.

Sublinhou a importância da “publicação do regulamento e reforço da linha de financiamento da Economia Social, e do Estatuto Fiscal e Parafiscal da Economia Social com uma diferenciação positiva para o reforço da capacidade e sustentabilidade das entidades”.

No que respeita aos profissionais do setor social alertou para a necessidade de ser elaborado um “plano de valorização dos profissionais e melhoria das carreiras e condições de trabalho dos profissionais que trabalham no setor Social e Solidário”, bem como o “reforço na digitalização, automatização e numa aposta na tecnologia para a melhoria da qualidade dos serviços e suporte ao trabalho desenvolvido pelos profissionais”.

Alertou também para a importância da “reconversão das frotas e eficiência energéticas dos equipamentos sociais”.

Manifestou a sua preocupação relativamente a alguns setores em particular, como do setor da Cultura, e para as medidas de acesso ao subsídio de desemprego destes profissionais, “insistindo na existência de uma figura de fusão entre os conceitos de trabalhador por conta de outrem e o de sócio (co-proprietário) de uma cooperativa”.

E chama ainda a atenção para a importância da “Habitação Económica como instrumento para responder ao contexto atual.  Decorre da crise do surto epidemiológico um debate sobre as necessidades habitacionais e a necessidade estratégica de “ataque” às oportunidades que seguramente serão oferecidas às cooperativas na Lei de Bases da Habitação, em particular, a possibilidade de cedência   de   terrenos   ou   imóveis para habitação cooperativa. Esta possibilidade permite responder às necessidades do parque habitacional contribuindo para a Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e para uma resposta habitacional que cumpra desafios emergentes da sociedade. A título de exemplo a criação de residências autónomas que promovam a autonomia e a vida independentes das pessoas com deficiência, ou, aposta em residências destinadas a estudantes do Ensino Superior.”

Nota: sublinhados na informação original

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