Com maior ou menor fervor religioso lá vão as companhas de pesca e as suas famílias, amigos, curiosos, nas embarcações engalanadas a preceito para acompanharem a sua santa devota, que nesta altura do ano sai do altar e anda de mão em mão, num reboliço!
No final das festas, depois das missas, dos círios e procissões, e de todas as bênçãos, as Santas protetoras voltam às suas igrejas ou capelas onde ficam a maior parte do ano.
São as tradições das comunidades piscatórias, que se reinventam ano após ano, trazendo alegria às populações ribeirinhas.
A Mútua acompanhou, no dia 3 de agosto, a Procissão do mar entre Ribamar e Peniche, no encontro entre a Nossa Senhora de Monserrate, de Ribamar, com a Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira dos pescadores em Peniche, e acompanhou o regresso da Nossa Senhora do Rosário de Tróia, no círio fluvial, que trouxe a Santa de regresso a Setúbal, no dia 5.
Em Peniche convergem então na procissão da Senhora da Boa Viagem, várias comunidades marítimas da zona centro, e seus padroeiros. Para além de Ribamar, saiu na procissão a Nossa Senhora da Nazaré e São João Batista. Protetores noutras cidades que vêm acompanhar os barcos engalanados nesta procissão.
Em Setúbal também a Nossa Senhora do Rosário de Tróia une a comunidade marítima daquela região, e, para além da santa padroeira, algumas embarcações levam outros santos protetores em sua homenagem.
Testemunhamos com muita alegria estes momentos de unidade das comunidades ribeirinhas em torno da sua identidade cultural, e que generosamente partilham com pessoas de fora e com os veraneantes que nesta altura do ano ocupam também o litoral.
Procissão do mar entre Ribamar e Peniche, Nossa Senhora de Monserrate – 3 de agosto
Círio fluvial de Nossa Senhora do Rosário de Tróia – 5 de agosto