Continuar a celebrar a Maré

Há um ano atrás estreávamos o espectáculo “Maré” fora de portas e o livro “Na língua da maré” era apresentado em diversos locais. Queríamos acreditar que era possível partir da Mútua para o mundo, e o que é certo é que a partir dessas obras nasceram outras, e os seus autores prosseguem a maior das epopeias marítimas, que é a valorização e a dignificação dos pescadores e das culturas marítimas que emergem das vivências dessas comunidades.

“Devemos a estes homens e mulheres da pesca uma cultura marítima e agregadora, porto de abrigo de comunidades marcantes, devemos um jeito de estar na vida que é exemplo de resiliência e adaptação à natureza, devemos certamente mais atenção do que sempre lhes demos.”

É assim que o jornalista Abel Coentrão nos anuncia o seu novo trabalho “Crónicas da beira-mar”, que iniciou este Verão e que integra a segunda temporada dos podcasts do Jornal Público, “Todo o peixe é nobre”.

Helder Luís, fotógrafo e designer gráfico, prossegue no mesmo encalço, retratando as pessoas e os seus lugares de afetos, memórias, trabalho, seguindo sempre a linha da costa. Em 2023 aconteceria o “Sardinha – o sem fim da pesca do cerco”, um livro que demorou 4 anos a produzir e que o levou a bordo de barcos de pesca do norte do país. Um livro que acaba por se constituir como um manancial de conhecimento sobre a pesca do cerco em Portugal, reunindo especialistas sobre a matéria. De projeto em projeto, no mais recente “Rumo à Pesca – um barco, duas vidas, uma história”, o autor experiencia o lugar central das embarcações na vida dos pescadores, “…guiado pela vontade de revelar, através das fotografias, momentos únicos de quem habita este pedaço de madeira cheio de vida”.

Rumo à pesca – um barco, duas vidas, uma história, por Hélder Luís

O Livro: https://youtu.be/mcMTrUUL9yE
Sobre o livro: https://www.evasoes.pt/o-que-fazer/de-peniche-a-povoa-com-o-rumo-a-pesca-a-vida-deste-barco-deu-um-livro/1077309/

O espetáculo Maré continua também a dar que falar e a ganhar o merecido reconhecimento enquanto lugar único dedicado à cultura piscatória… dele se diz que “… não havia em Portugal, até à data, um disco integralmente dedicado às artes e dramas da pesca. Mas agora já há. E chama-se Maré.” As palavras são do jornalista Nuno Pacheco, no Público (ver em baixo)
Disco que veio materializar o espectáculo itinerante que já percorreu diversas praias do litoral e que junta também as comunidades em palco, criando-se um momento de singular simbiose entre todos.
Continuamos a acompanhar com carinho esta Maré, que estará no dia 7 de setembro em Vila Nova de Famalicão e no dia 16 de novembro em Peniche, com oficina antes do espectáculo.

Quando as artes se cruzam e comprometem com a vida o resultado só pode ser este, e este é também o compromisso da Mútua, num dos múltiplos papéis que esta cooperativa de utentes de seguros assume nas suas comunidades.

Só podemos agradecer ao Abel e ao Helder, e ao coletivo Sons Vadios, por este compromisso tão sério que assumiram com a sua, nossa cultura. Eles são filhos de peixe e trazem consigo os segredos do mar, que nos desvendam a todos generosamente.

Para uma instituição como a Mútua é um orgulho poder contribuir para este trabalho tão meritório.