Dia Nacional do Mar

16 de novembro

Celebra-se no sábado o Dia Nacional do Mar, e este ano a Mútua estará na Nazaré e em Peniche, assinalando o Dia!
Mas um pouco por todo o país marítimo este Dia é evocado, e em Lisboa homenageia-se o cientista Mário Ruivo.

Na Nazaré é apresentado o projeto A Maior Onda de Portugal – da Nazaré ao Interior , promovido pela Associação Nazaré Marés de Maio, que conta com a parceria da Direção- Geral da Educação – Direção de Serviços de Projetos Educativos e da Direção-Geral de Política do Mar.
Um projeto que visa através de palestras, ações de limpeza e recolha de lixo, sessões de cinema, eventos sobre literacia, auscultação à população, sessões de artes e partilha de pesquisas científicas, desenvolver conhecimento da cultura e da história, mas também do valor, da sustentabilidade, da ciência, da geografia associada ao mar/água.

A sessão terá lugar no Teatro Chaby Pinheiro, no Sítio da Nazaré, integrando uma conferência sobre A importância do Mar na Vida das Pessoas, que decorre entre as 14h30 e as 18 horas.
A Mútua dos Pescadores participa na sessão, com uma intervenção do Presidente do Conselho de Administração, João Delgado.

De destacar que a Associação «Nazaré Marés de Maio», que já era considerada Pessoa Coletiva com Estatuto de Utilidade Pública, por Despacho 386/2021 da Presidência do Conselho de Ministros, foi em 2024, por despacho do Ministério da Cultura, declarada de interesse cultural, passando a integrar nos anos de 2024 e 2025, a Lei do Mecenato Cultural (Lei dos Benefícios Fiscais).

Peniche escolheu este dia para acolher o espetáculo “Maré”, produzido pela cooperativa cultural sediada na Nazaré, Sons Vadios, um projeto artístico criado em 2022, para assinalar o 80.º aniversário da Mútua dos Pescadores, e que tantos mares tem percorrido desde então! Será no Auditório da Central Elétrica – CCI, pelas 21h30.
O coletivo Maré convida também a comunidade a participar no coro comunitário que acompanha o espetáculo, cujo ensaio decorrerá na sexta-feira entre as 17h30 e as 20h00, aberto a todos os interessados.

Para além do espetáculo estará patente uma exposição de pintura de Bárbara Marques, uma artista de Peniche, que faleceu prematuramente este ano e que colaborou com a Mútua na sessão de encerramento do aniversário em Lisboa, trazendo algumas das suas obras, em articulação com a Associação Onda. O Coro esteve também com a artista numa atuação no Algarve, onde as suas obras estiveram expostas, integrando a exposição coletiva “Oceano Mar é Vida”, da responsabilidade da Associação David Melgueiro.
Nenhum momento seria tão oportuno como este para homenagear esta artista local, que tanta atenção dedicou ao mar.

O Coro Mútua estará na Nazaré e em Peniche! Em Peniche será a primeira atuação conjunta, ao vivo, desde o lançamento do CD/Livro Maré, em que colaborou também.

Um pouco mais a Sul, a Sociedade de Geografia de Lisboa assinala este dia como é tradição, com um seminário dedicado ao tema.
Este ano homenageia o cientista Mário Ruivo, biólogo e oceanógrafo que tanto contribuiu para a valorização e conhecimento marítimos, um “homem de causas”, como assinala o C/Alm. José Bastos Saldanha, Presidente da Secção de Geografia dos Oceanos, da SGL.
A cerimónia “Celebrar a memória dos nossos vultos maiores do conhecimento do Mar”, realiza-se no dia 18 de novembro de 2024, com início às 14h30 e pode ser assistida on-line.
Participam na Mesa Redonda, entre outros, o Professor Álvaro Garrido, de quem aqui deixamos algumas palavras sobre o cientista, por ocasião do seu falecimento em 2017, e que podem ser lidas na íntegra no final deste artigo:

“Mário Ruivo era um homem generoso, criativo e profundamente inquieto. Devemos salientar o seu contributo para a actual Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que constitui o principal instrumento de governação dos Oceanos, e importa lembrar o seu imenso papel no projecto da Expo’98 de que foi conselheiro científico. Foi ele, também, o principal promotor do Ano Internacional dos Oceanos, celebrado em 1998, e da Comissão Mundial Independente das Nações Unidas para os Oceanos, presidida por Mário Soares. Dessa actividade ficou um admirável Relatório, “um património para o futuro”.

Paladino de políticas ambientais integradas e de uma ideia holística do Oceano que cedo contrapôs à velha noção de mares territoriais soberanos, Mário Ruivo granjeou um enorme prestígio internacional. Foi presidente do Comité para a Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO (1980-88) e membro do Conselho Consultivo da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica (1986-1995). É de salientar o notável trabalho que teve como Presidente do Conselho Nacional de Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS), a que se dedicou de forma inquieta e feliz de 1997 a 2017, até ao último dia da sua vida.

(…)

Mário Ruivo era um institucionalista que sabia cultivar os valores da ética pública. Os commons não eram para si uma tragédia – no sentido que lhes deu Garret Hardin no seu célebre artigo de1968 –, mas um desafio comum para as gerações futuras. Um desafio que implicava boa cooperação entre instituições multilaterais e nacionais e dinâmicas de governo interministeriais.

Sabia como poucos que todas as utopias são construtivas. Uma das suas metáforas favoritas, que amiúde usava para persuadir os colegas e amigos a não desistirem e a embarcarem com ele, era semipessoana: navegar é preciso, sim, mas o que importa é flutuar. Fica o apelo e a minha sentida homenagem, extensiva à Sociedade de Geografia e à Maria Eduarda.”

O link de acesso à plataforma Zoom: https://us06web.zoom.us/j/87566963373?pwd=WsD4le99FhVzw2RIsAtlYX3y0DP7JY.1, ID da reunião: 875 6696 3373 | Senha de acesso: 470 792.
Mais informação através dos contactos da SGL: 935 425 401 | geral@socgeografialisboa.pt | www.socgeografialisboa.pt

Fotografia de Cristian Palmer, Unsplash
Fotografia de Cristian Palmer, Unsplash