Setúbal em festa!

Festas da Nossa Senhora do Rosário de Tróia

Unindo as duas margens do Rio Sado e as suas comunidades decorreu mais uma Festa de Nossa Senhora do Rosário, para encanto de todos os participantes.

Durante as festividades a imagem da Nossa Senhora do Rosário de Tróia fica recolhida na Capelinha de Tróia. É levada pelos pescadores da Igreja de São Sebastião de Setúbal, marcando o início das festas. A chegada à Caldeira de Tróia, junto dos areais à beira-rio, é o momento alto, onde o povo assenta arraiais, e toma o ritmo da festa, dos jogos tradicionais e da dança. Depois a Imagem é recolhida e regressa a Setúbal e à sua Igreja, assinalando o encerramento das Festas.

Este ano de 2021 será o segundo em que a Festa é mais contida, sem arraiais na Caldeira. Mas nem por isso com menos entusiasmo e espírito de fé por quem a faz, e o programa foi cumprido à risca. Nos primeiros dias realizou-se o Tríduo dedicado a Nossa Senhora na Igreja de São Sebastião, no dia 7 de agosto celebraram-se as missas por alma dos marítimos falecidos, e nos dias 8 e 9 os barcos engalanados fizeram os tradicionais cirios fluviais, a partir da Doca das Fontainhas de Setúbal para Tróia, com a Imagem de Nossa Senhora. No dia 9, como é também tradição, com passagem pelo Hospital Ortopédico do Outão para a habitual bênção dos doentes. Nas margens do rio não esteve a multidão que costuma estar mas com a proximidade suficiente para sentir a sua alegria. Depois dos círios as imagens seguiram em procissão pelas ruas da cidade, transportadas em vários automóveis.

Quanto à festa, não se fez na Caldeira, mas fez-se a bordo da quase centena de barcos que embelezaram a procissão. Não faltou comida e bebida, troca de palavras e emoções. E a Mútua esteve lá, a bordo do “Maravilhas do Sado”, representada pelo seu Administrador Arsénio Caetano, pescador, original de Setúbal, e não pode deixar de saudar a autarquia e freguesias envolvidas, e em particular a Comissão de Festas, na pessoa do seu Presidente Armando Oliveira, pela sua dedicação e partilha.

“As primeiras alusões ao círio de Nossa Senhora de Tróia remontam ao século XVI. Nesta festividade histórica, os pescadores e as suas famílias celebram a vida e as suas gentes. Mesmo com o afastamento das novas gerações das atividades do mar, esta celebração continua a expressar a identidade cultural e religiosa dos marítimos de Setúbal, perpetuando a memória de todos os que têm feito do mar o seu modo de vida.”

“A adoração a Nossa Senhora do Rosário de Troia tem origem numa lenda em que um grupo de pescadores, durante um período de aflição no decurso de uma tempestade, conseguiu ficar a salvo ao encontrar abrigo na Caldeira. Aí, os marítimos descobriram uma imagem de madeira nas margens, alegadamente proveniente de uma embarcação estrangeira, o que os fez acreditar que foram salvos por ela.”

(página na Internet da Câmara Municipal de Setúbal)