Depois de colocado à apreciação pública o projeto que visa a instalação de oito áreas potenciais para a captação de energia eólica ao longo da costa continental portuguesa, é também objeto de atenção do Conselho de Administração da Mútua dos Pescadores, que toma uma posição pública sobre o mesmo.
Estas áreas, onde se prevê a instalação de torres eólicas, irão abranger, na sua totalidade, cerca de 3.393,44 km2. A dimensão da área a ocupar concorre diretamente com os pesqueiros tradicionais onde operam as nossas embarcações de pesca.
Estes parques eólicos serão instalados a profundidades entre os 75 e os 200m e a distâncias compreendidas entre as 5,7 e as 30 milhas náuticas (NM). Sendo que duas aproximar-se-ão tremendamente da linha de costa, colocadas a 1NM de distância, na batimétrica dos 50m (Matosinhos e Sines).
As áreas previstas irão afetar a atividade dos vários segmentos de pesca (arrasto, cerco e polivalente), impactará diretamente na vida de cerca de 5700 pescadores, responsáveis por cerca 7 milhões de euros de pescado descarregado nas lotas das regiões afetadas.
Para além dos impactos diretos, dever-se-á ter em linha de conta que por cada posto de trabalho criado diretamente na pesca corresponde a cinco postos de trabalho criados nas atividades conexas. Os impactos socioecónomicos para estas comunidades serão de grande relevo e com consequências difíceis de prever.
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Fotografia acedida em https://www.dinheirovivo.pt/empresas/eolicas-flutuantes-do-mar-de-viana-a-conquista-do-mundo-inteiro-14066553.html