A edição 90 da Revista Marés, distribuída na Assembleia geral de 17 de dezembro, já pode ser lida também on-line e está a ser disponibilizada nos balcões por todo o país.
Em destaque o debate sobre as eólicas questionando-se a pertinência desta estratégia em nome da sustentabilidade.
Para o desenvolvimento do tema de capa “Energia renovável a que custo?” convidámos as organizações ambientalistas para uma reflexão sobre o tema, a ADAPI – Associação dos Armadores das Pescas Industriais, e também o Conselho de Administração da Mútua, que colhe a sensibilidade de diversos tipos de organizações do setor da pesca, foi chamado a pronunciar-se sobre o tema.
As organizações ambientalistas ANP, SCIAENA, SPEA e ZERO, não obstante concordarem com o princípio geral de desenvolvimento das energias renováveis, lamentam o modo como o processo tem decorrido sem o seu envolvimento (bem como da pesca e academia) sendo “fundamental que este desenvolvimento se proceda a par com o devido respeito pela conservação da natureza, de forma a cumprir os compromissos assumidos para travar a perda de biodiversidade e de acordo com as capacidades ecológicas dos ecossistemas.”
A ADAPI não tem dúvidas de que este é um processo que não traz quaisquer garantias para a sustentabilidade, e com muitos riscos para a pesca e ecossistemas, recordando que o próprio Parlamento Europeu, na sua Resolução de 7 de julho de 2021 “alerta para o facto de as energias renováveis marítimas apenas serem sustentáveis se não tiverem um impacto negativo no ambiente ou na coesão económica, social e territorial, especialmente nas regiões dependentes das pescas”.
A Mútua por seu lado, corrobora estes alertas, estando desde março deste ano empenhada em alertar e sensibilizar para estes riscos em diversos fóruns, considerando esta, mais uma página na “crónica de uma morte anunciada” do setor da pesca. “Mais conhecimento, informação e proximidade precisam-se. Serão passos fundamentais para ganhar a confiança das pessoas, bem como o nosso futuro coletivo, em qualquer dimensão que seja”.